Vem cá, me dá a sua mão. Coloca sobre meu peito.
Agora escuta.
Olha o tumtumtum. Vc pode ouvir?
É pra vc seu besta ! É por vc que meu coração bate ! (Ele que de tanto bater, quase parou outro dia).
Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? Eu não acredito em amor sem final feliz. Não acho a menor graça.
Por isso , invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo.
Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim.
Mas hj eu estou cansada.
Estou cansada de mentiras, de realidade, de espera de telefonema e de músicas sem letra.
Estou cansada de escrever sobre o dia, a lua, gente.
Hj não !!!
Outra hora escrevo sobre isso, sei lá.
Mas me deixa primeiro salvar a minha pele.
Me deixa ser egoísta.
Me deixa fazer VC entender que eu gosto de mim e quero parar de sofrer.
Me deixa de fora das suas mentiras e dessa conversa fiada.
Eu sou uma espécie quase em extinçao: eu ainda acredito nas pessoas. E eu quase acredito em vc. Quase.
Não precisa gostar de mim se não quiser, mas não me faça acreditar que é amor.
Não me diga nada ( ou me diga tudo).
Não me olhe assim. Vc me diz tanta coisa com um olhar.
E olhar mente ! Eu sei ! E sei pq aprendi.
Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis.
Sabia?
Mas meu coração está rouco agora.
GRAVE ! Vc percebe?
Não, nunca notou o jeito que eu te amava...
Então escuta. Escuta só como ele bate.
O tumtumtum não é mais o mesmo.
Não quero dizer que o tempo passou, que vc passou,
que a ilusão acabou...
Apesar de tudo ser um pouco verdade.
O problema não é esse.
Eu não me contento com pouco!
( Não mais).
Eu tenho muito dentro de mim e não estou afim de dar sem receber.
Essa coisa bonita de dar sem receber funciona bem em rezas, histórias de santos... mas eu não moro em igreja, não sou santa e só vou te dar, se vc me der também.
Pode rir, é isso mesmo...
Não vou fingir ser o que não sou.
Quer me tratar bem? Amém.
Se não quiser, vai com Deus !
Amor louco e desesperador é muito bonito.
Mas eu só tenho por mim, pela minha família e pelas minhas cachorrinhas.
De resto, sou igual bicho.
Me morde e eu te como.
Com as minhas palavras. Que são meu maior mel. E meu melhor veneno.
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